O site G1 trouxe na noite de ontem, sexta-feira (24) uma
matéria na qual relata uma denúncia da Procuradoria Geral da República- PGR
afirmando que o PP, Partido Progressista teria recebido recursos a partir de
desvios da Petrobras. E o pior, é que um dos deputados paraibanos estaria
envolvido no grupo de parlamentares que distribuiam a propina na sigla.
O deputado federal e ex-ministro Aguinaldo Ribeiro (PP) foi citado na matéria e
na denúncia da PGR, a partir de uma investigação que começou em 2011, onde traz
o parlamentar como um dos que controlava a distribuição de propina da Lava
Jato.
O PP enviou nota onde reitera que "não admite a prática de atos
ilícitos e confia na Justiça para que os fatos sejam esclarecidos".
Confira a matéria completa abaixo:
A Procuradoria Geral da República calculou em R$ 357.945.680,52 o total
de propina recebida pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos
delatores da Operação Lava Jato, e pelo Partido Progressista (PP) a partir de
desvios de recursos na área de Abastecimento da estatal.
Em nota, o partido “reitera que não admite a prática de atos ilícitos e confia
na Justiça para que os fatos sejam esclarecidos”. Para a defesa do deputado,
doação legal não pode ser considerada propina. O advogado de Paulo Roberto
Costa negou que a propina paga ao seu cliente e ao PP alcance R$ 357,9 milhões
(leia todas as versões ao final desta reportagem).
A cifra foi informada em denúncia apresentada nesta quinta-feira (22) pela PGR
contra o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) e seus dois filhos por suposta
prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A procuradoria informa que, do total repassado, R$ 62,1 milhões foram
destinados a parlamentares do PP por meio do doleiro Alberto Youssef. Segundo a
denúncia, ele era responsável por administrar "um verdadeiro 'caixa de
propinas' do PP" e realizou pelo menos 180 pagamentos para integrantes da
sigla.
Na peça, o deputado Nelson Meurer é acusado de receber R$ 29,7 milhões em
repasses mensais de R$ 300 mil entre 2006 e 2014. Além disso, teria recebido
mais R$ 4 milhões em espécie para sua campanha e outros R$ 500 mil na forma de
doações eleitorais da construtora Queiroz Galvão.
Segundo a PGR, o dinheiro de propina servia para que Nelson Meurer e o
ex-presidente do PP José Janene (morto em 2010) dessem "apoio e a
sustentação política necessários" para manter Paulo Roberto na Diretoria
de Abastecimento da Petrobras (que ocupou entre 2004 e 2012), com
"finalidade predeterminada de locupletação própria e de terceiros".
Ao final, a PGR pede que, em caso de condenação, os R$ 357,9 milhões desviados
da Petrobras sejam devolvidos como forma de ressarcimento pelos danos causados.
Além disso, a procuradoria pede a cassação do mandato de Nelson Meurer.
Participação de Meurer
Na denúncia, a PGR narra que Paulo Roberto foi nomeado diretor em 2004 pela
cúpula do PP à época, integrada, além de Janene e Meurer, pelos deputados Pedro
Corrêa (PE) e Pedro Henry (MT) – esses dois últimos, condenados no escândalo do
mensalão. A peça também aponta relação mais próxima de Janene com João
Pizzolatti (SC) e Mário Negromonte (BA), ambos também investigados na Lava
Jato.
“Tais deputados, exatamente pela papel de comando que exerciam no PP, foram os
grandes articuladores e beneficiários do esquema de corrupção e lavagem de
dinheiro implantado na Diretoria de Abastecimento da Petrobras”, diz a
denúncia.
A PGR narra que a partir de 2011, o comando do PP passou para outros
parlamentares, que também passaram a controlar a distribuição da propina. Cita
como integrantes desse segundo grupo os senadores Ciro Nogueira (PI) e Benedito
de Lira (AL) e os deputados federais Arthur de Lira (AL), Eduardo da Fonte (PE)
eAguinaldo Ribeiro (PB), também investigados no caso.
Quanto a Nelson Meurer, o procurador-geral da República, rodrigo Janot, diz que
ele foi “beneficiário de todos os tipos de repasses de propina, tanto
periódicos e ordinários, como episódicos e extraordinários, em todos os
momentos pelos quais passou o PP, principalmente antes, mas também depois da
mudança de comando na agremiação partidária”.
A denúncia ainda diz que a sustentação política dada por Meurer para manter
Paulo Roberto no cargo consistia numa “sinalização continuada” de que, mantido
o esquema de propina, o PP permaneceria na base de apoio ao governo.
Versão do deputado
A defesa de Meurer informou que teve acesso à denúncia somente no final da
tarde e vai que vai se pronunciar posteriormente sobre as acusações. Procurado
mais cedo pelo G1, o advogado de Meurer, Michel Saliba, ainda sem acesso à
denúncia, disse que, em princípio, pretendia apresentar resposta ao STF dentro
de 15 dias.
Questionado sobre como será a defesa, ele afirmou que deverá alegar a tese
consolidada nos tribunais de que doação legal não pode ser considerada como
propina.
"Doação de empresa é doação de empresa. Não tem como carimbar dinheiro
doado a algum candidato como fruto de uma troca. Se assim o for, todos os
deputados que receberam doação de empresas que estão investigadas -- de uma
forma ou de outra, não só na Lava Jato, mas se tiver alguma imputação criminal
sobre ela -- esse parlamentar passa a ser suspeito", afirmou.
Para a defesa, a PGR deveria apontar um “nexo de causalidade” entre algum ato
do deputado e o recebimento do dinheiro para a configuração de propina.
Versão de Paulo Roberto Costa
O advogado João de Baldaque Mestieri, que faz a defesa de Paulo Roberto Costa,
negou a informação da PGR de que o total de propina paga ao seu cliente e ao
PPx chegou a R$ 357,9 milhões.
“Que imaginação! Pode desmentir”, afirmou Mestieri. E completou: “Tudo o que
ele tinha a dizer já foi dito. O resto é figuração. Não há sentido algum. Ele
está sendo agora bombardeado de uma maneira... Não sei se é desespero. Isso não
existe, ele não tem nada”, declarou.
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo PP.
NOTA – PARTIDO PROGRESSISTA
O Partido Progressista reitera que não admite a prática de atos ilícitos e
confia na Justiça para que os fatos sejam esclarecidos. Assessoria
Fonte: Pb Agora