Documento foi encontrado em um e-mail secreto de um
executivo da companhia, que teve a prisão expedida na nova fase da operação
deflagrada hoje (na foto) Polícia Federal faz buscas na empreiteira Odebrecht,
em São Paulo, durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, iniciada na manhã desta
segunda-feira (22), intitulada ‘Acarajé'(VEJA.com/Folhapress)
Os investigadores da força-tarefa da Operação Lava Jato identificaram uma
planilha em um e-mail secreto de um executivo do Grupo Odebrecht que, segundo
as apurações, detalham o repasse de dinheiro da companhia a campanhas
políticas, principalmente a candidatos petistas. O documento foi uma das
últimas provas levantadas antes da deflagração da 23ª fase da Operação,
batizada Acarajé.
“Essa planilha contém uma espécie de registro de despesas de financimaento de
campanhas eleitorais. Pelos indícios, em referência ao Partido dos
Trabalhadores”, afirmou o delegado da PF Filipe Hille Pace, em coletiva de
imprensa. Segundo ele, o documento, que será divulgado quando for levantado o
sigilo do processo, tratava de repasses feitos entre 2008 e 2012.
O nome da planilha era “Posição italiano 31/07/2012 MO”. Segundo Pace, MO seria
Marcelo Odebrecht. A PF apontou que os apelidos e siglas citados na planilha
são os mesmos usados por Odebrecht em mensagens telefônicas interceptadas pela
Lava Jato.
O documento teria sido elaborado por Maria Tavares, ligada à empreiteira, que foi
presa hoje em Salvador, e foi encontrado em um e-mail secreto do executivo
Fernando Migliaccio, que não foi detido por estar no exterior – se ele não se
entregar às autoridades, um alerta vermelho será expedido contra ele na
Interpol.
Com base nas informações da planilha, a PF concluiu que o apelido “Feira” se
referia, de fato, ao marqueteiro das campanhas de Dilma e Lula, João Santana,
em uma alusão ao município baiano de Feira de Santana. Segundo a Lava Jato, o
publicitário baiano recebeu 3 milhões de dólares da Odebrecht no exterior.
“Foram identificados pagamentos para ele na eleição de El Salvador e [no
Brasil] em 2010”, disse Hace.
O procurador da Lava Jato Carlos Fernando Lima ressaltou que esta operação se
fundamentou em uma quantidade robusta de provas. “Poucas vezes tivemos uma
operação com tamanha riqueza documental”, afirmou.
(Por: Eduardo Gonçalves) -veja.abril.com.br/noticia/brasil/lava-jato-identifica-planilha-com-repasses-da-odebrecht-para-campanhas-petistas
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