Vamos falar sobre um dos mais desafiantes tópicos
emocionais que há hoje, aborto. Mas de uma forma não emocionada. Também
não vamos tocar na questão que mais preocupam as discussões desse tema -
se o aborto deveria ser legal ou não. A única questão aqui é a moral:
Acabar com a vida de um feto humano é moral?
Vamos começar com esta questão: O feto humano tem algum valor ou direito?
Agora, é um fato científico de que o feto humano é uma vida humana.
Aqueles que argumentam que o feto não tem direitos dizem que ele não é uma
pessoa. Mas mesmo que você acredite nisto, isso não significa que o feto
não tem nenhum valor intrínsico ou nenhum valor. Há muitos seres vivos que
não são pessoas que tem valor e direitos: Cachorros e outros animais, por exemplo.
E esse é o argumento moral número um: Um ser vivo não tem que ser uma
pessoa para ter valores e direitos morais intrínsecos.
Quando desafiados com este argumento, as pessoas normalmente mudam o assunto
para o direito da mãe - querendo dizer que o direito da mãe de acabar com
a vida do seu feto sob qualquer circunstância, por qualquer razão e em
qualquer momento de sua gravidez. Isso é moral?
Isso é apenas se você acreditar que o feto humano não tem nenhum valor intrínseco.
Mas na maioria dos casos quase todo mundo acredita que o feto humano tem
essencialmente valor infinito e um direito quase absoluto à vida. Quando?
Quando uma mulher grávida quer dar a luz.
Então, a sociedade - e suas leis - consideram o feto como tão valioso que se
alguém matar o feto, essa pessoa pode ser processada por homicídio.
Apenas se uma mulher grávida não quiser dar a luz, fazer muitas pessoas considerarem
o feto como "inútil" ou sem valor.
Agora, isso faz sentido? Não parece. Tendo um feto valor ou não.
E este é o segundo argumento moral: Em que nível moral a mãe decide sozinha
o valor de um feto? Nós certamente não fazemos isso no que diz respeito a
uma criança recém nascida. É a sociedade, não a mãe - ou o pai - que
determina se uma criança recém nascida tem valor e o direito à vida.
Então a questão é: porque isso deveria ser diferente antes do nascimento do ser
humano? Porque uma pessoa, uma mãe, determina se aquele ser tem algum
direito à vida? As pessoas respondem afirmando que uma mulher tem o
direito de .controlar seu corpo". Agora, isso é completamente certo. O problema
aqui de qualquer forma, é que o feto não é seu corpo, ele está no seu
corpo. É um corpo separado. E este é o argumento moral número três. Ninguém
pergunta a uma mulher grávida "como está o seu feto?" quando
perguntando sobre o feto. As pessoas perguntam, "como está o bebê?".
Argumento moral
número quatro: Praticamente todos concordam que o momento em que o bebê
saem do ventre, matar o bebê é assassinato. Mas deliberadamente matá-lo
alguns meses antes do nascimento é considerado não mais moralmente
problemático do que extrair um dente. Como isso faz sentido?
E finalmente, o argumento moral número cinco: não há casos em que praticamente
todos - mesmo entre aqueles que são pró-escolha - reconheceriam que um
aborto não poderia ser moral? Por exemplo, seria moral abortar um feto
feminino apenas porque a mãe prefere meninos do que meninas - como tem
acontecido milhões de vezes na China e em todo
lugar? E mais um exemplo: digamos que a ciência desenvolve um método para
determinar se uma criança no útero é gay ou hetero. Seria moral matar um
feto gay porque a mãe não quer uma criança gay?
As pessoas podem apontar razões práticas para não criminalizar todos os abortos.
As pessoas podem divergir quanto a quando um ser humano surge; e sobre a
moralidade do aborto depois de estupro ou incesto. Mas a respeito da
maioria dos abortos - aqueles de mulheres saudáveis
abortando fetos saudáveis - sejamos claros. A maioria destes abortos simplesmente
não são morais.
Boas sociedades podem sobreviver com pessoas fazendo coisas imorais. Mas uma
boa sociedade não pode sobreviver se chama coisas imorais de morais.
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