Mulher do Marqueteiro João Santana entrega toda
roubalheira em depoimento a Sergio Moro
A esposa do marqueteiro do Partido dos Trabalhadores, Mônica Moura, abriu a
boca e entregou todos, em depoimento detalhou por onde o dinheiro andou.
A mulher e sócia do marqueteiro petista João Santana, Mônica Moura, afirmou à
Polícia Federal que a empreiteira Odebrecht pagou, por caixa dois, despesas da
campanha à reeleição do ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez, em 2011.
Conforme a versão apresentada por Mônica, o custo de propaganda da campanha do
presidente-ditador naquele ano foi de 35 milhões de dólares e "grande
parte do valor foi recebido de maneira não contabilizada".
Segundo ela, "em razão das dificuldades de pagamento", na época
procurou o então executivo da Odebrecht Fernando Miggliaccio, já que ele
"colaboraria no custeio de parte da campanha". Ao longo de três anos
e até 2014, os dois mantiveram "diversos contatos", inclusive
encontros na sede da Odebrecht, disse Mônica à polícia.
Ela ainda estimou em "3 a 4 milhões de reais" os valores pagos pela
Odebrecht no exterior, embora os investigadores da Operação Lava Jato atribuam
à empreiteira repasses de pelo menos 3 milhões de dólares do grupo do herdeiro
Marcelo Odebrecht por meio da empresa offshore Klienfeld. E apresentou uma
versão quase vitimista sobre os milhões de dólares recebidos no exterior:
"Em todas as suas campanhas, se não fosse por imposição dos contratantes,
preferia que fosse tudo contabilizado".
As investigações da Operação Lava Jato encontraram uma mensagem manuscrita por
Mônica Moura que evidencia a desenvoltura com que ela trata com um operador de
propinas os métodos para receber recursos em contas secretas fora do Brasil. Em
um bilhete endereçado ao operador Zwi Skornicki e ao filho dele, Bruno, ela
envia cópia de um contrato que firmou com outra empresa para receber recursos
no exterior, mas reclama ser "muito burocrático". Decide, então,
recorrer a uma versão mais simples e – claro – "por motivos óbvios",
nas palavras dela, sem identificação da empresa.
Em depoimento à Polícia Federal, Mônica Moura disse que a maior movimentação da
conta secreta Shellbill ocorreu a partir de 2011, e confessou que, para receber
recursos, foi firmado um contrato fictício com a empresa Klienfeld, offshore
ligada à Odebrecht. Ela ainda apresentou sua versão sobre o papel de Zwi
Skornicki na trama. Segundo ela, os pagamentos feitos por Zwi ocorreram para
quitar débitos da campanha presidencial de José Eduardo Santos à presidência de
Angola, em 2012. Dos 50 milhões de dólares cobrados pelo casal Santana para a
pré-campanha, campanha e consultoria de discursos de Santos, que está no poder
desde o final dos anos 1970, 20 milhões de dólares foram pagos por meio de um
contrato de gaveta. Zwi então foi procurado em seu escritório para repassar 4,5
milhões de dólares para o casal.
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