O rapaz, teve o caráter moral capaz de levá-lo a entregar
a maleta com os dez mil dólares, ainda que aquilo lhe pudesse fazer falta,
uma vez que ganha em média um salário mínimo e meio, e que aquele dinheiro poderia
ter contribuído em muito para o seu parco orçamento familiar.
E ele pede como recompensa, conhecer o presidente, que à época era o travesti
de operário. Levam-no para conhecer esse, que hoje se gaba de ser o
repositório ético do País, e o que se ouve no vídeo é um deboche de um
cafajeste que naquele momento ocupava o mais alto posto no comando da
Nação.
Que pena, nem a história recente, contribui para servir por álibi ao apedeuta.
Somente reforça que o mesmo não passa de um simulacro de repositório ético
e moral, que não engana ninguém que tenha um pingo de conhecimento dos
fatos.
E mais uma vez nos mostra que a mídia é uma sem vergonha, porque não tem a
coragem de escancarar a verdadeira face do quadrilheiro fanfarrão.
(ely silmar vidal)
"O dicionário informa: Lula não é honesto. O vídeo acrescenta: nunca foi
- Coluna do - Augusto Nunes - 22/01/2016
Na mais recente missa negra celebrada no Instituto Lula, com um bando de blogueiros
servindo de coroinhas sabujos, Lula comunicou no meio do sermão que é ele
o detentor do título de campeão brasileiro de honestidade. "Se tem
uma coisa que eu me orgulho neste país é que não tem uma viva alma mais
honesta do que eu", louvou-se o pregador. "Nem dentro da Polícia
Federal, nem dentro do Ministério Público, nem dentro da igreja católica,
nem dentro da igreja evangélica. Pode ter igual, mas eu duvido".
Uma consulta a qualquer dicionário informa que só leva a sério opalavrório de
Lula gente que acharia muito justa a vitória do colega Marcola num
concurso que elegeu o Presidiário Modelo. O verbete ensina que o adjetivo
honesto só é aplicável a alguém que seja 1) honrado,
probo; 2) consciencioso, sério, digno de confiança; 3) justo, escrupuloso; 4)
imparcial; 5) veraz; 6) decente, decoroso, virtuoso; 7) casto, pudico,
recatado. Nem Marilena Chauí ousaria enquadrar seu santo padroeiro numa
das sete opções.
O ex-presidente nasceu desprovido do sentimento da honra, nunca rimou com
seriedade, inspira tanta confiança quanto um hipnotizador de circo mambembe,
desconfia que escrúpulo é nome de inseto, é mais parcial que torcida
organizada, mente como Dilma Rousseff, é tão virtuoso quanto Rosemary
Noronha e acha que decência é coisa de otário. Para o homem que
liderou a execução do projeto criminoso de poder, o único pecado mortalé perder
eleição. A eternidade no poder é o fim que justifica todos os meios ─ do
furto do cofrinho da bisavó à venda da mãe em suaves prestações.
Se os dicionários berram em coro que Lula não é honesto, o vídeo acrescenta que
nunca foi. Os 22 segundos iniciais reproduzem a discurseira em que o
camelô de empreiteira comunica aos blogueiros que será aprovado com louvor
no Juízo Final. Os 68 segundos restantes registram o momento mais assombroso da
conversa ocorrida em 25 de março de 2004 entre o então presidente e um
faxineiro que, dias antes, devolvera ao dono a sacola com 10 mil dólares
que encontrou no banheiro do aeroporto de Brasília.
Graças ao exemplo de honradez, o faxineiro Francisco Basílio Cavalcante conseguiu
alguns minutos de notoriedade e um encontro com Lula no Palácio do
Planalto. O visitante lutava pela sobrevivência acossado permanentemente
por contas atrasadas. O anfitrião já entrava sem bater no clube dos
milionários. Era o chefe supremo de um partido com os cofres abastecidos por
dinheiro público e parceiros de negociatas. E já havia pacificado o
Congresso com a farra do Mensalão, que só seria descoberta em meados de
2005.
─ Você acha que tem muitos brasileiros que fariam o que você faz? ─ pergunta
Lula na abertura da conversa.
─ Tem ─ responde Francisco sem titubeios. ─ Tive alguns amigos que me disseram
para ficar com o dinheiro, mas esse é o lado desonesto.
─ Mas nem é desonestidade, não ─ discorda o presidente. ─ Quem acha um dinheiro
assim, sem dono, pensa em melhorar de vida. Os que têm a consciência muito
forte como você são muito poucos.
Ele nunca esteve entre esses "muito poucos". Se estivesse no lugar do
faxineiro, o dono da sacola nunca mais veria a cor do dinheiro. Lula faria
com os 10 mil dólares o que fizeram com os bilhões da Petrobras os gatunos
que apadrinhou.
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