As investigações da Polícia Federal sobre o esquema de
distribuição de propinas a políticos pela OAS alcançaram a senadora Gleisi
Helena Hoffmann (PT-PR). A senadora petista, que um dia sonhou em substituir
Dilma Rousseff, já está sendo investigada pelo recebimento de propina no âmbito
da Operação Lava-Jato e por suspeita de ter se beneficiado financeiramente de
ilícitos cometidos no Ministério do Planejamento no tempo em que seu marido, o
ex-ministro Paulo Bernardo, comandava a pasta.
De acordo com o jornal "O Globo", a PF afirma que uma sequência de
mensagens indica que Gleisi teria atendido interesses da OAS em relação à
concessão de aeroportos. As mensagens são de 25 de setembro de 2013, época em
que a petista era chefe da Casa Civil.
Gleisi já é investigada pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro
em inquérito aberto no STF na esfera da Lava-Jato e também é investigada por
desvio de recursos do Ministério do Planejamento.
"Sequência de e-mails indica que Gleisi Hoffmann teria atendido interesses
da OAS naquilo que (diz) respeito a exploração de aeroportos", diz a PF.
São cinco mensagens sobre o assunto num intervalo de quatro minutos e 16
segundos. A primeira é de um número que a PF diz ser do publicitário Valdemir
Flávio Garreta. Ele escreveu: "GLEICE (sic) deu entrevista liberando
galeão para nós".
A segunda mensagem é do e-mail acmp@oas.com,
do acionista da empresa Antonio Carlos Mata Pires, que disse: "Grande
vitória!!!". Na licitação citada a Invepar, ligada à OAS, conseguiu
direito de participar da disputa, mas a vencedora ao final foi a Odebrecht.
Outra mensagem é de um telefone atribuído a Gustavo Rocha, presidente da
Invepar, empresa que tem a OAS e fundos de pensão como acionistas: "Acabei
de te enviar uma entrevista da ministra Gleisy (sic) sobre aeroportos". As
duas últimas mensagens são de César Mata Pires Filho, que foi vice-presidente
do grupo OAS. Ele dá parabéns e depois manda o link de uma reportagem publicada
no site do Globo. Por intermédio da assessoria, a senadora informou que, na
época, coordenava o processo das concessões e fez várias reuniões com
empresários participantes do processo. Gleisi disse que "nunca tratou de
interesse particular de qualquer empresa".
A OAS repassou R$ 1,23 milhão para Gleisi em três campanhas: R$ 780 mil em 2010
(quando Gleisi disputou o Senado), R$ 250 mil em 2008 (na campanha da petista à
prefeitura de Curitiba) e R$ 100 mil em 2006 (na disputa ao Senado).
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