Fernando Antonio Guimarães Hourneaux de Moura comparece à
CPI da Petrobras em Curitiba
O juiz federal Sergio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na primeira
instância em Curitiba, anulou a delação do empresário ligado ao PT Fernando
Antônio Hourneaux de Moura, que admitiu ter mentido em depoimento, e decretou
novamente a prisão preventiva dele. Com a perda dos benefícios, Moura, que é
apontado como operador de propinas do PT, foi condenado a 16 anos e 2 meses de
prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na
mesma sentença, o ex-ministro José Dirceu recebeu uma pena de 23 anos e 3 meses
de prisão, a maior da ação penal por ele ser reincidente. Esta é a primeira vez
que uma delação é cancelada na Lava Jato.
Amigo de décadas do ex-ministro de Lula, Moura havia sido detido junto com o
petista em agosto do ano passado na deflagração da operação Pixuleco. Em
novembro, foi solto após fechar um acordo de colaboração. No primeiro relato
dado à procuradoria, o lobista afirmou que decidiu fugir do país, em 2005, no
auge do escândalo do mensalão, por orientação de Dirceu, que havia lhe dito
para "cair fora até que a poeira baixasse". Em janeiro, em
interrogatório a Moro, ele mudou versão da história, dizendo que se retirou do
Brasil porque o seu nome havia aparecido numa reportagem de VEJA.
Posteriormente, sob ameaça de invalidação do acordo, ele reafirmou a versão
inicial e admitiu ter mentido a Moro.
As "idas e vindas" nos depoimentos de Moura "impactaram de forma
irrecuperável a sua credibilidade", escreveu Moro em sua decisão,
detacando que ele também não forneceu nenhuma prova para comprovar os seus
relatos. "Não se trata de tratamento severo, pois o colaborador que mente,
além de comprometer seu acordo, coloca em risco a integridade da Justiça e a
segurança de terceiros que podem ser incriminados indevidamente",
completou. Apesar da anulação da delação, o réu teve a sua pena aplacada por
ter confessado os crimes que cometeu. Segundo a sentença, Moura recebeu cinco
milhões de reais de propina no esquema do petrolão.
O juiz justificou o novo pedido de prisão, argumentando que há a possibilidade
de ele fugir do país, assim como fez durante o mensalão. "Considerando o
comportamento processual pretérito, há um risco concreto de que, diante da
violação do acordo e pela negativa de benefícios, venha novamente refugiar-se
no exterior, já que agora a perspectiva de sofrer sanção penal é muito mais
concreta do que anteriormente", afirmou Moro.
-msn.com/pt-br/noticias/crise-politica/moro-anula-dela%c3%a7%c3%a3o-de-lobista-ligado-ao-pt-e-manda-prend%c3%aa-lo-novamente/ar-BBtdhXy?li=AAggXC1&ocid=iehp
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