Alguns pesquisadores da Universidade de Stanford, nos
Estados Unidos, participaram de um documentário, falando do modo como às
emoções influenciam a forma de nos relacionarmos com o mundo, às pessoas e nós
mesmos. E é com base nele que falaremos na sequência.
Primeiramente gostaria de ambientar você com algumas estruturas cerebrais.
O lobo frontal é a área responsável pela elaboração do
pensamento, planejamento, programação de necessidades individuais e emoção. É o
lugar onde o pensamento fica por um maior espaço de tempo.
O cérebro é formado por pequenas células, chamadas
neurônios. Através das suas ramificações, os neurônios vão se conectando uns
aos outros formando uma rede neural. Os neurônios são as células responsáveis
por tudo que somos. Em cada conexão está registrado um pensamento, uma memória,
uma experiência. O cérebro constrói seu conceito pela memória associativa –
ideias, pensamentos e sensações, são construídos e se interconectam nessa rede
neural, formando todas as ligações possíveis. Ou seja, nem sempre a raiva se
conecta com o desprezo, ou com o nojo. Ela (raiva) pode se ligar a dor, que
pode estar vinculada a imagem de uma pessoa, que novamente se liga a dor, ou ao
medo.
"O cérebro não sabe a diferença entre o que vê no seu ambiente e o que
você lembra".
Quando você repete alguma coisa por muito tempo, os neurônios se conectam e
criam uma relação diária com aquelas emoções. Ou seja, "se você
diariamente se irrita, ou se sente vítima das situações, o seu cérebro se liga
às células chamadas identidade" e automaticamente responde sempre da mesma
maneira.
Mas, será que é possível interromper esse tipo de resposta emocional?
É sim, "sempre que interrompemos o processo de um pensamento, produzimos
uma resposta química para o corpo e as células se desconectam perdendo a
relação de longa data". Então se repetimos uma nova ação ou uma nova forma
de resposta emocional, outros circuitos mentais crescem em função do nosso empenho.
Nosso cérebro possui uma capacidade chamada plasticidade neural – pode fazer
novas conexões a cada momento. Sendo assim, "cada vez que repetimos a nova
resposta emocional, ela vai se tornando mais fácil e aceita por nós".
"Somos fisicamente, emocionalmente e quimicamente seres humanos".
Esses três fatores só se tornam uma limitação, quando ficamos acessando as
mesmas emoções e comportamentos diariamente, e com isso, as mudanças
necessárias não acontecem.
Todos nós "somos viciados em emoções", tendemos a repetir e repetir
as mesmas emoções. "Sentimos a obrigação de confirmar quem somos e como é
nossa personalidade", ou seja, "tenho que ser assim",
"tenho que responder assim", ou "eu sou assim". O
inteligente emocional é aquele que vê em cada pensamento a oportunidade de
fazer diferente, de criar novos caminhos.
Existe uma parte do cérebro chamada hipotálamo. Essa
estrutura além de muitas outras funções possui químicas que combinam com
algumas emoções que vivenciamos. E cada emoção possui sua própria química, ou
seja, "existe uma química para raiva, outra para tristeza, outra para
vitimização" e assim por diante.
O que acontece quando nos tornamos adultos, é que as desilusões e as perdas
vivenciadas pelo caminho acabam se tornando parte de nós. Então vivemos
emocionalmente, como se a experiência de hoje fosse à mesma de ontem, quando
devíamos ressignificar.
Ressignificar tem haver com mudança, mas o que significa mudança?
Significa que "devemos deixar para trás nosso antigo eu, deixar para trás
nossa identidade emocional e começar a explorar quem poderíamos nos
tornar". Para isso, precisamos saber que sempre que avaliamos uma
situação, alguém, ou um lugar, avaliamos subjetivamente. Ou seja,
"associamos a experiências passadas a emoções existentes". Para mudar
significados, modificar nossos comportamentos de uma maneira permanente, é
necessário criar novos caminhos e repetir os mesmos, até que os incorporamos.
"Quando não conseguimos controlar nosso estado emocional é porque estamos
viciados nele".
"Quando permitimos uma nova experiência, ou um novo caminho emocional,
nossa percepção de mundo muda, e o mundo passa a ter uma infinidade de opções.
Nós somos muito mais do que pensamos ser. Podemos influenciar o ambiente, e as
pessoas a nossa volta. Quando mudarmos nossa mente, mudamos nossas escolhas, e
se mudamos nossas escolhas, nossa vida também pode mudar".
Marley Christian T. da Costa – Psicóloga CRP 12/13824
Tagged: cérebro, comportamento, emocional, emoções, neurônios, psicologia
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vejam o vídeo acima citado:
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